Histórias para dinamizar reuniões |
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Para reuniões de planejamento, avaliação, motivação, entrosamento e outras ocasiões em instituições e organizações. Editora: Vozes Um subsídio para quem prepara reuniões de planejamento, avaliação, motivação e entrosamento dentro de instituições e organizações.
Sumário
Introdução 1. O velho sábio e o pássaro 2. Os cangurus 3. As árvores doentes 4. O rei, os súditos e as contingências climáticas 5. O camponês, o guerreiro e a direção do reino de Chou 6. O cachorro Bobi 7. Os monges e os bancos na Igreja 8. Os dois pássaros na árvore 9. Os arqueiros do mestre Hui 10. O ar, a água e os dois povos vizinhos 11. A mosca azul 12. A briga dos deuses 13. A casa dos anões 14. O vendedor de geladeira no Polo Norte 15. Os porcos assados 16. O professor, o aluno, o teodolito e a altura do Cristo Redentor 17. O peixe frito 18. Os ratos, o gato e o sino 19. O cachorro do mosteiro 20. O caboclo, o bode e o padre 21. O rato e a cobra 22. O profeta na gruta 23. A morte do pai e da mãe 24. O vendedor de sapatos em Angola 25. A ratoeira 26. O pescador, o turista e o mar 27. O empresário, o índio e os dois galos 28. A briga dos dois frades 29. O gato no telhado 30. As duas monjas e o jovem
9. Os arqueiros do mestre Hui
No tempo do filósofo chinês Chuang Tzu, havia no ducado de Chu uma escola de arqueiros. Ali o mestre Hui acolhia alunos vindos de todos os ducados da região. Nesta escola os alunos aprendiam tudo o que diz respeito à arte de usar o arco e a flecha. Por um lado aprendiam o que era necessário para se obter um bom arco: a escolha da vara de madeira, a melhor época para o corte da árvore, a técnica de deixar secar, o seu preparo para que ganhasse a melhor elasticidade possível, o preparo da vara para receber o barbante, a forma de trançar o barbante, a forma de amarrar o barbante na vara, a envergadura ideal para não cansar a madeira, enfim, ali se aprendia todos os detalhes da construção de um bom arco. Igualmente se aprendia a fazer as flechas: a varetas específicas para cada tipo de flecha, a forma de prepará-las para que não entortassem, os diferentes tipos de flechas para diferentes objetivos, as flechas para longos tiros, as flechas para abater animais a curta distância, as flechas para a guerra e assim por diante. Outra parte do aprendizado dizia respeito ao manuseio do arco e da flecha. Ali aprendia-se sobretudo três quesitos: rapidez, precisão e distância nos tiros de flecha. Primeiro aprendia-se cada coisa em separado e para os mais adiantados iniciava-se o aprendizado do uso dos três quesitos em forma combinada. Por meses e anos passavam os alunos ali na escola, ao lado do mestre e seus ajudantes, até que soubessem dominar com a maior destreza possível a arte do arqueiro. Todos os anos, no início da primavera, ocorriam os jogos da escola de arqueiros. Era o momento esperado por alunos e ex-alunos. Nos jogos cada qual queria mostrar que tinha sido um bom – senão o melhor – aluno de Hui em alguma categoria. Os jogos eram divididos em muitas modalidades: precisão, rapidez, força, distância... E tudo isto separado ou combinado de diversos modos. Mas, em todas as categorias, cada competidor tinha direito a um tiro só. Uma das modalidades mais cobiçadas era o tiro à distância. Ali era necessária a combinação de uma série de fatores. Primeiro eram necessárias boas pré-condições, ou seja, um bom arco, uma flecha excelente. Sem isto, nem se podia aventurar na competição. Depois disto era preciso saber analisar a velocidade do vento, o melhor ângulo para o tiro, saber esticar o arco até o máximo de sua potência e disparar o tiro no momento certo. Acontecia que muitos arqueiros, no afã de vencer a competição de tiro à distância, retesavam o arco ao máximo e, querendo mais ainda, puxavam o mesmo um pouco mais. E aí o arco se rompia. Chorosos, por terem que sair da competição sem nem sequer conseguir demonstrar nada de sua habilidade, estes arqueiros iam procurar consolo no mestre Hui. Este, tinha sempre a mesma palavra: - Se retesas o arco até arrebentá-lo, desejarias ter parado antes.
a) Situações e contextos oportunos para a utilização desta história
- O perigo de se levar uma situação ao extremo na instituição. - Levar uma situação (discussão, negociação, proposta) ao extremo pode ter o efeito de se ter passado do ponto e não mais ser possível voltar atrás. - Apostar todas as cartas pode ser sinal de força, mas há o perigo de se perder e aí a aposta é sinal de fraqueza. - Muitas vezes só se conhece os limites quando se passou deles e aí pode ser tarde. - A importância de se conhecer os limites que não podem ser ultrapassados. - As técnicas aprendidas só funcionam dentro dos limites.
b) Sugestão de questionamentos ou reflexões
- Em quais ocasiões já se levou algo ao limite e quais as conseqüências? - Quais as coisas que não se pode levar ao limite na instituição, com o perigo de se perder tudo? - Está claro quem determina os limites que não podem ser ultrapassados? - O que fazer para não deixar que situações sejam levadas ao limite? Onde encontrar: www.vozes.com.br |